Reabilitação após Mastectomia

Ocarcinoma da mama continua a ser o tumor maligno mais frequente no sexo feminino.

Estima-se que uma em cada nove mulheres poderá desenvolver, ao longo da sua existência, cancro da mama. O prognóstico depende, sobretudo, da fase da doença em que se encontra, pelo que o diagnóstico precoce é vital.

O exame clínico, realizado por profissionais de saúde e o autoexame frequente da mama, constituem uma componente importante na detecção e no diagnóstico da doença. Referente aos Factores de Risco, estudos sugerem as mutações genéticas, a exposição a múltiplos exames radiológicos ao tórax (por exemplo, no caso de tuberculose pulmonar) apresentam maior incidência de neoplasia da mama; o consumo exagerado de gorduras e açúcares é um factor que requer ponderação.

Isto porque numa fase pós-menopáusica, as mulheres tendencialmente aumentam de peso, devido à maior produção de uma hormona chamada androstenediona nas glândulas supra-renais que é convertida em estrogénios no tecido adiposo. Está confirmado que os estrogénios têm importância na indução e promoção dos carcinomas da mama, logo, o estímulo prolongado aos estrogénios constitui um fator de risco.

Ainda na mesma linha de pensamento, julga-se que a associação de estrogénios + progesterona, nos contraceptivos orais, na sua toma prolongada antes da primeira gravidez, bem como a história familiar, os hábitos tabágicos, alcoólicos e o sedentarismo não são bons indicativos, ao invés do número de gestações e a amamentação que constituem um fator de protecção.

Existem vários tipos de cirurgia para o tratamento do cancro da mama. Umas são conservadoras, outras mais radicais, cuja abordagem do ponto de vista da reabilitação é diferente para cada uma delas. É objectivo da fisioterapia promover a máxima funcionalidade do membro superior afectado, contribuindo para a reabilitação psicossocial e profissional, promovendo o retorno à situação anterior à patologia, com a máxima normalidade possível. A intervenção do fisioterapeuta deve iniciar numa fase pré-operatória, com o ensino de posicionamentos corretos, prestar aconselhamentos para após a cirurgia e efetuar a avaliação da funcionalidade do utente.

Na fase pós-cirúrgica, a actuação do fisioterapeuta incide, sobretudo, em drenagem linfática manual, a fim de controlar o aumento de volume do membro – o edema –, exercícios de mobilização para restaurar a amplitude de movimentos e força, assim como redução da dor, mobilização fascial e da cicatriz, com o intuito de evitar a formação de aderências e adaptação às actividades do dia-a-dia.

Conselhos práticos após Mastectomia:

Evitar transportar o que quer que seja no lado operado.

Não tomar vacinas, injecções, medir a tensão ou tirar sangue no lado operado.

Quando tratar do jardim ou arranjar flores, utilizar luvas grossas por causa dos picos e espinhos. Use sempre dedal quando coser, para evitar picadas com alfinetes ou agulhas.

Manter a pele do lado afetado bem hidratada.

Ter atenção quando cozinhar ou passar a ferro, para não fazer queimaduras.

Não dormir sobre o lado operado.

Não usar anéis ou mangas muito apertadas.

Não fazer a depilação com ceras nem lâminas na axila do lado operado. Utilizar creme depilatório.

Comunique ao seu médico qualquer alteração quer na cicatriz ou na área envolvente.

Não falte às consultas que lhe foram marcadas.

O fisioterapeuta é o profissional de saúde que concede um importante acompanhamento maioritariamente na fase pós-cirúrgica, contribuindo para o processo de reabilitação progredida com as mínimas intercorrências possíveis, tendo sempre como objetivo a máxima funcionalidade.