Petro Michnea
Tendinite rotuliana
Consigo agachar, saltar, correr, sem limitações nenhumas. Estas sessões ajudaram-me a ter o rendimento que antes tinha no andebol. Recomendava a FISIOGlobal a qualquer colega.
O Petro é um jovem e promissor atleta sénior de andebol da 1ª divisão – campeonato placard andebol 1.
A 28 de agosto 2020 vem ao nosso encontro pela primeira vez por quadro de “tendinite” rotuliana ou patelar. Relata-nos que:
– Iniciou os sintomas em dezembro 2018, porém no último ano o quadro piorou de forma marcada.
– Era muito difícil conseguir terminar um treino.
– Sentia dificuldade em levantar-se de uma cadeira sem o apoio das mãos, dor ao acordar e necessidade frequente de esticar o joelho por ser difícil tolerar a dor com o joelho dobrado.
– Toca frequentemente no joelho, sabe que são quadros muito difíceis de tratar e que já pondera abandonar a prática do andebol.
– Já se havia tentado tratar, maioritariamente com exercício específico, mas sem sucesso.
Avaliamos o Petro e percebemos que:
1. Apresentava quadro de sensibilização espinal segmentária.
2. Era um atleta que precisava de muita educação sobre o que é a dor, como a gerir e interpretar, objetivamente, o que significava ter uma “tendinite” rotuliana e que expectativas ter.
3. Era alguém com um comportamento contraproducente a bons processos de reabilitação. Tinha a crença de serem quadros muito difíceis de tratar, acreditava pela duração das suas queixas que pouco mais haveria a fazer, tocava frequentemente no seu joelho e não conseguia treinar ou jogar sem pensar constantemente no seu joelho. Por apresentar estes comportamentos forçosamente tivemos que investir muito tempo na “educação” do Petro para que a sua perceção sobre a patologia mudasse, para que existisse empowerment e capacidade de self-efficacy.
Estes 3 primeiros pontos são fortes responsáveis pela cronificação dos sintomas e resistência às terapêuticas instituídas até então.
Acessoriamente:
1. Apresentava desorganização da matriz do seu tendão rotuliano, mas não de forma marcada.
2. Apresentava fenómenos inequívocos de neovascularização no terço proximal fibras profundas do seu tendão. Pormenor este que justifica a dor intensa que apresenta.
3. Apresentava défice na qualidade de deslizamento entre as fibras profundas do seu tendão e uma gordura (Hoffa) que se encontra abaixo deste.
O Petro, antes de vir ao nosso encontro, foi tratado de acordo com as orientações internacionais mais recentes para este tipo de patologia. No caso, com recurso ao exercício, ie, treino devidamente planeado para a patologia em causa. Mas não melhorou!
Revemos no caso do Petro em centenas de outros casos idênticos. A imposição do exercício é absolutamente determinante, porém existem condições onde muito mais há a fazer.
Foi o que fizemos. Mãos à obra e tratamos de melhorar os 6 pontos acima indicados. Se é inequívoca a importância de uma abordagem ativa, no que ao exercício diz respeito para melhoria da sua função, foi primordial incluir abordagens especializadas que visassem o seu tendão e ainda estratégias que mostrassem ao Petro que ele era o maior agente na sua recuperação.
Gostamos de reconhecer o que sabemos, mas estamos muito mais atentos ao que ainda não sabemos para que, o quanto antes, possamos saber cada vez mais e com isso prestar serviços de saúde mais eficientes a cada dia.
O Petro realizou, entretanto, 4 intervenções entre o dia 3 de setembro e o dia 8 de outubro de 2020. Em novembro e fevereiro 2021 fez follow up connosco, estando já assintomático.
Obrigado Petro! Parabéns pelo que conquistaste.
Foste seguramente dos casos mais marcantes de 2020.