Como continuar a sorrir em tempos de isolamento?

Na situação em que vivemos há mais de um ano, existe uma tendência natural para o desgaste físico e mental, decorrente da privação social. Stress, ansiedade, vulnerabilidade e instabilidade são consequências diretas deste momento.

Inicia-se um ciclo vicioso: o aumento da libertação de cortisol na circulação sanguínea potencia a dificuldade em adormecer e/ou a supressão do sono que, por sua vez, quando afetado na sua qualidade/quantidade, agrava os sintomas emocionais e afeta o humor e as potencialidades, enfraquece o sistema imunitário, a secreção e a libertação de hormonas e a consolidação de memórias.

O que é normal sentir neste período de maior isolamento?

  • Frustração;
  • Ansiedade;
  • Medo;
  • Preocupação;
  • Angústia;
  • Incerteza;
  • Solidão;
  • Aborrecimento;
  • Tristeza;
  • Falta de esperança;
  • Sensação de impotência.

A verdade é que todas as emoções têm a sua função. O sucesso para uma melhor regulação emocional está em aprender a gerir e equilibrar estas emoções.

Neste sentido, é essencial adotar estratégias que permitam alcançar um maior bem-estar físico e mental. Aqui ficam algumas dicas importantes, nesse sentido:

  • Tenha uma alimentação equilibrada;
  • Estabeleça horários saudáveis para se deitar e levantar;
  • Aprenda e realize exercícios de respiração diafragmática (guia de orientação abaixo)
  • Mantenha-se ativo fisicamente/faça exercício físico
  • Mantenha as suas rotinas diárias e atividades habituais, dentro do possível
  • Realize atividades que gosta e que geralmente não tem tempo
  • Determine metas para aquisição/treino de competências pessoais ou profissionais
  • Adote um mindset positivo; o período de isolamento não irá durar para sempre e já passou certamente por outros momentos menos bons e superou-o.

Estas são algumas formas para enfrentar(mos) a condição atual imposta, da melhor forma possível. Mas existem outras ferramentas interessantes que pode experimentar, como o exemplo que deixo abaixo.

Treino de Respiração

Encontre um lugar que lhe transmita sensação de tranquilidade, onde se possa sentar sem ser interrompido, pelo menos por dez minutos. Sente-se ou deite-se.

Comece por prestar atenção à sua respiração. Aperceba-se apenas da entrada e saída de ar através do nariz. À medida que respira, note como o ar desce e sobe no fundo da sua caixa toráxica. Sinta o seu diafragma a mover-se à medida que respira.

Pode tentar começar por contar três segundos, enquanto inspira, depois fazer uma pequena pausa e contar mais três segundos, enquanto expira.

Qualquer que seja o seu próprio ritmo de respiração, tente que as inspirações e expirações sejam suaves e equilibradas.

Passe, agora, aproximadamente trinta segundos a focar-se exclusivamente na respiração.

A primeira vez que fizer este exercício, pode surpreender-se com a capacidade da nossa mente de fugir entre pensamentos, mesmo durante esse curto período de tempo. É normal e expectável. A nossa mente está apenas a fazer aquilo que é natural para si: divagar. Quando notar que surgiram outros pensamentos, ou que se distraiu com outros barulhos exteriores a si, reconheça esta divagação e, gentilmente, dirija de novo a sua mente ao foco da atenção.

Neste exercício, o foco da sua atenção devem ser as emoções que surgem associadas à respiração e tranquilização do seu corpo. Pode começar, por exemplo, a sentir o seu corpo a tornar-se mais pesado.

Quando se sentir preparado/a, pode começar a abrir os olhos lentamente, regressando de novo ao lugar onde está. À medida que praticar este exercício reconhecerá que a sua mente irá divagar cada vez menos e conseguirá focar, mais facilmente, a sua atenção na sua respiração tranquilizadora.

A consulta de Psicologia pode ser também um importante auxílio para recuperar desta fase mais difícil e retomar a sua vida “normal”, o mais tranquila e positivamente possível.